domingo, 3 de abril de 2011

A cruz de flauta

A "A cruz de flauta" foi o meu primeiro poema longo criado, e nesta postagem está a sua abertura. A ilustração (a lira dos poetas) foi uma generosidade do meu amigo Elvio Santiago e, originalmente, criada para a capa do meu primeiro livro "Bloco Aéreo" (aqueles blocos de papel carta para correio), da qual fiz inúmeros recortes + montagem e com eles ilustrei o livro inteiro.

entrecruza viga o madeiro
em construção importante
de flauta sempre ponte
poetificada sustentação
trazendo canto cimeiro
do pilar do coração

(estribilho; leia-se "pluma" no lugar de "bruma")

seja sobre o Solimões
ou num fio d'água da fonte
é emérito construtor de ponte
se no chão nem falta d'árvore folha
dar passagem a formiga
sobre veros pontilhões

[estribilho; escolha você: "bruma" ou "pluma"
e do mesmo modo nos estribilhos sucedentes (entre parênteses)]

talvez porque sua cruz, hoje e futura,
seja a mais leve de todas as flautas,
é que sempre pode ver a agrura
e assoprar a embocadura

(estribilho: "..........")

numa sessão de libérrima poemática
passar pelos ouvidos de uma criança que o faz
poetizar versos musicais de lida entusiástica
transversal flauta pertinaz

( ....... )

cavalga corcéis alados em velozes zás
o poeta flautista é movido pela paz
se pastoreia versos coloridos
também é banqueiro de caríssimo problema
tantos fugidios sentimentos luciluzidos
nos seus versos intentarem o mais belo poema

( ........ )

ajustador
de versos matrizes
tecelão
de sonhos motrizes

( ........ )

entre terra e céu derradeiro
também é pedreiro
só porque o tijolo é cozido
e para escritos. Um abrigo

( ........ )

anverso
o poeta
ins(as)pira-se
not'arquiteta

(........)

zás - tinturas estrofes - trás

(fim da primeira parte)


Jairo Ramos Toffanetto

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