quarta-feira, 27 de abril de 2011

A questão dos valores internos dos indivíduos no meio ambiente de trabalho

Fui testemunha ocular da história que conto abaixo. Uso-a em palestras para que este tipo de comportamento do indivíduo - e que não são poucos dentro de uma empresa - possam ser identificados e encaminhados para uma reformulação em seu modo de pensar e agir enquanto um colaborador entre os demais. Todavia, em se pensar no perfil requerido para o profissional do séc. XXI, especialmente no que tange a “Era do Conhecimento” e à “sustentabilidade das emoções”, é preciso avaliar se vale a pena investir nele. Seja qual for a atitude da empresa em relação a isto, é vital que tais indivíduos (alguns são sociopatas) saibam que tal comportamento é inaceitável no ambiente de trabalho. No caso da empresa que já tenha seus valores corporativos delineados, é uma boa oportunidade de os reforçar.

       “Em certa mutinacional em que trabalhei, havia uma lanchonete onde a mulher do dono cuidava do caixa, e nada escapava dos seus olhos atentos, e quando dizia alguma coisa suas falas sempre vinham de um ponto pacífico, um poço de sabedoria, talvez daí o fato de ela ser muito admirada naquela empresa.
       Certa vez, quando ela cruzava uma das ruas internas da fábrica, deparou-se com um papel caído ao chão. Como não sabia a quem pertencia, dependurou-o no alto, acima do balcão, para que todos o vissem. Tal fato chegou ao conhecimento de um gerente que, localizando o autor do feito, deu-lhe a missão de resgatar o tal papel e o trouxesse em suas mãos.
       Eu estava lá quando um rapaz de seus vinte e três anos o foi pegar.
       Com muita simplicidade, aquela senhora, antes de tirar o papel de seu varal improvisado, fez-lhe as seguintes observações:
       - Sabe, moço, atrapalho-me toda com um papel na mão porque tenho uma dificuldade enorme de juntar as letras, mas se eu tivesse um emprego como o teu e me dessem um papel como este que você perdeu a caminho de algum lugar, iria me sentir tão honrada por receber esta missão que eu, só por tê-lo nas mãos, carregá-lo-ia com o maior orgulho. Mesmo que fosse um papel qualquer, ele me daria uma razão a mais de vida, e eu o protegeria com o maior carinho do mundo.
       Os que estavam por ali, ficaram de queixo aberto vendo aquela senhora de idade já avançada dizendo palavras tão sábias quando doces. Mas o rapaz a olhava expressando “o que isto tem haver comigo” e, já com o papel nas mãos, respondeu-lhe com atrevimento:
       - Não sei porque o meu gerente me mandou aqui. O papel não valia nada, e ninguém, a não ser eu, daria por falta dele, e se precisasse eu imprimiria outro. A senhora fez um alarde desnecessário, mas tudo bem engulo esta com o meu gerente.
       Suas palavras foram sentidas como desaforo e, em razão disto, o marido daquela senhora imediatamente respondeu sentenciando-o:
       - Abra os olhos, filho, senão você ainda perde seu emprego.
       O rapaz já ia virando as costas quando o dono da lanchonete arremata: 
       - Cego é aquele que não quer ver.
       O rapaz, pisando duro no chão, afastou-se rapidamente dali..
       Na sala da secretária o gerente o deixou esperando a tarde toda com o papel na mão. No fim do expediente, pediu-lhe que voltasse à tarde do dia seguinte. No outro dia, logo cedo, o rapaz foi à lanchonete e, depois do reconhecimento da sua atitude para com eles no dia anterior, pediu desculpas no meio de todos que ali estavam presentes.
.  .  .

Seja por livros ou através da internet, há uma infinidade de pequenos contos em PNL – Programação NeuroLingüística, mas os que são contados como experiências vividas pelo próprio narrador provoca, em geral, um alinhamento mais rápido para com a história ouvida, e neste tom de conversação todos podem experimentar uma experiência real abrindo um campo propício para que ocorram mudanças de comportamento, pois se torna possível intervenções espontâneas por parte dos treinandos. É quando o leader training se torna apenas um mediador. Tais intervenções podem ser provocadas se a história não apresentar um final marcado. Na narrativa acima, p.ex., ela poderia terminar com o rapaz de papel na mão esperando pelo gerente, o que é um passo adiante da neurolinguística. Enfim, esta é uma forma de trabalho muito estimulante, pois vai além do simples trabalhar na criação de um “clima motivacional”, mas isto já é assunto para postagens mais adiante. Ainda resta dizer que todos os que pensam a empresa, os que formam a massa crítica da empresa - a inteligência de sua cultura - deverão estar engajados neste trabalho (a intervenção do gerente na história).

OBS.: Comecei a construir um site para centralizar minhas experiências vividas na área de treinamento e a quem possa interessar por um trabalho semelhante em sua empresa, contacte-me através dos seguintes endereços:

(11) 4816-3872 ou 4533-1000

Jairo Ramos Toffanetto

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