sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ficção "speed" do fim dos tempos

Aonde foi parar tudo mundo?

Imagine que os anos vão passando e você corre o mundo sem encontrar viva alma. Um belo dia, saindo de um supermercado com um bocado, vê um casal entrando em uma farmácia da esquina e se pergunta “Seriam os últimos semelhantes vivos do planeta?”

Apressa-se para encontrá-los. A mulher toma um susto ao te ver na porta e deixa cair uma caixinha. Você entra na farmácia dizendo “Oi gente!”, e ela sai com o rosto virado em sentido oposto a você. Você compreende a reação dela e com voz melodiosa para marcar sua disposição zero em agressividade, diz-lhe: “Vim saudá-los e não para morder, viu!!!” Vendo que a caixinha caída é de preservativos, pensa “É o fim da linha”.

Olha para o homem que a acompanhava e o encontra seco, mudo, imune ao se esbarrar. Ele procura algo nas prateleiras e ignora tua presença. “O que a solidão faz, heim? É o fim do mundo”.

Ele bate e bate e não encontra o que procura. Tentando quebrar o gelo, você lhe pergunta se pode ajudar. Como ele responde com sons guturais, é difícil saber se xinga ou reclama. Finalmente ele agarra uma caixinha e sai atabalhoadamente da farmácia sem dar conta da tua presença, mas você observa a embalagem nas mãos dele. Vai até à prateleira, pega outra igual e exclama: - Uh cuitaado.... uma pomada contra hemorróidas!

Diga-me que na vida você nunca encontrou um monte de gente com medo da vida ou imunes ao contato? Bem, e quando os preservativos e as pomadinhas contra hemorróidas acabarem? Por isto é que digo: É o fim do mundo.

Jairo Ramos Toffanetto

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