quinta-feira, 7 de julho de 2011

Por motivo de um haicai



Op. 449

Poetas não desistem
do alinhavo terra com céu.
O resto é poesia.


Lira dos recitais poéticos

1. Para o artista das palavras (símbolos), o estado de criação é um sentimento a pulsar antes da idéia. Idéias sem este sentimento que o move para a forma, são ilustrações que voltam para o mundo das idéias.

2. Para poetas, palavras são matérias primas a moldar para a realidade comum o trazido do mundo das idéias e que lhe permite participar do grande “bang” da criação num simples estalido do bater de asas. A altura do vôo está na medida do quanto ele pode integrar da Grandiosidade.

3. Tanto mais alto será o vôo se o artista for o que escreve e que possibilite o voar em companhia. Quem voa sozinho para o olhar de outrem é ególatra e não artista. Obra poética é aquela que põe luz onde não havia nenhuma.

4. O artista que só voa dentro de si, não faz arte, mas terapia. É preciso ter um objetivo além de si mesmo. Na forma está implícito a partilha.

5. Perde utilidade as obras que não oferecem a possibilidade de abertura ao outrem de um plano de vôo próprio, individual.

6. Uma obra de arte pertencerá ao universo de todas as possibilidades se resultante de princípios eternos, a leis universais até os confins do cosmo.

7. Quem cria só para si não conhecerá o espírito da arte. Nenhum artista é maior que a sua criação. O verdadeiro artista não é menor que a sua criação própria.

Jairo Ramos Toffanetto

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