domingo, 14 de agosto de 2011

William Shakespeare - SONETO XV

Quando penso que tudo o quanto cresce
Só prende a perfeição por um momento,
Que neste palco é sombra o que aparece
Velado pelo olhar do firmamento;
Que os homens, como as plantas que germinam,
Do céu têm o que os freie e o que os ajude;
Crescem pujantes e, depois, declinam,
Lembrando apenas sua plenitude.
Então a idéia dessa instável sina
Mais rica ainda te faz ao meu olhar;
Vendo o tempo, em debate com a ruína,
Teu jovem dia em noite transmutar.
Por teu amor com o tempo, então, guerreio,
E o que ele toma, a ti eu presenteio.
(Tradução de Bárbara Heliodora)

Mais conhecido como dramaturgo, Shakespeare (1654-1616) é considerado o mais importante autor da língua inglesa e um dos mais influentes de todos os tempos - prá mim, o mais brilhante. A sua famosa coletânea de 154 sonetos foi publicada pela primeira vez em 1609 — ou seja, há apenas quatrocentos e dois anos.

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