sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O que há de errado com a Torre da Cica


Sempre que desço a Rua Messina sou tomado por este visual e, especialmente, porque a Torre da Cica o compõe e o completa. Desta vez, e justamemente porque algo desagradável vem ocorrendo na torre, parei para a fotografar. Contornos...

Foto de 29.07.2012, por volta das 17:00 h (FotoJRToffanetto)
- Imagem para o lado da Vila Progresso



















Contornos de uma peça na composição do psiquismo da maioria dos jundiaienses.

Contornos ao modo consciente ou não, mas que nos consubstancia.

Contornos de um sentimento de identidade romântica contruído ao longo da vida.

Contornos de um estado individuaol de ser e estar, único e intransferível, com cheiro de figo, de goiabada, de  marrom glacê, de molho de tomate e até de uma fabrica de torrefação de café ao lado dela (Café Caiçara).

Contornos que contam a história do Estado se São Paulo, como a do empreendedorismo dos imigrantes italianos, e também dos migrantes rurais que por aqui chegaram.

Contornos como o da Serra do Japi e seu Tombamento Ecológico e Paisagístico. Da cidade que cresceu sobre vales e morros e nos supreendem com um cem número de belas paisagens.

Enfim, contornos. Veros contornos das mais belas composições visuais. Só não sabe quem não vê com os olhos do sentir.

O que há de errado com a Torre da Cica". Torre da Cica?

Foto do começo do mes de julho.

Fundada em nossa cidade no ano de 1941, a CICA - Companhia Industrial de Conservas Alimentícias foi vendida em 1993 e fechada em 1998. Hoje, parte da antiga fábrica é ocupada por uma empresa do ramo da construção civil, a qual, ao se instalar, reativou o luminoso sobre a torre com o nome da empresa, mas foi retirado tão logo ele apresentou uma falha. Mas se isto não bastasse, vários vidros do mostrador do relógio estão quebrados e sem a devida reposição. Por quase sessenta anos a CICA manteve o seu luminoso sobre a torre em perfeitas condições de uso - acendia e apagava alternadamente para os três lados da cidade.

Entendo que a torre deveria ser "tombada" como monumento da história de uma época e pela composição visual ante aos arranha-céus que cada vez mais se avizinham dela. Creio que se deveria abrir um compasso sobre mapa do local e de modo a não permitir construção de edifícios com mais de dois andares entorno da torre, e que a sua manutenção abatesse um certo percentual dos impostos pagos pelo proprietário.

Jairo Ramos Toffanetto

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