sábado, 16 de março de 2013

Jundiaí: "Fim do Paisagismo" ou "Digo Eu"



Sempre que eu dizia, e desde mocinho, que a cidade de Jundiaí era privilegiadamente paisagística, as pessoas riam de mim. Daí veio o Condephaat com o "Tombamento Ecológico e Paisagístico da Serra do Japi" (1983). O primeiro tombamento ecológico no Brasil também com o fito "paisagístico. Vibrei muito por isto na época. A completar trinta anos desta iniciativa do emérito Aziz Ab`Saber, e a cidade ainda não descobriu sua vocação paisagística como um todo, nem na parte (Serra do Japi). Será preciso um Aziz para dizer isto? Pois digo eu.

Nossa história foi sistematicamente demolida ao longo do séc.XX, e entrou no novo milênio sem aprender o respeito às coisas caras. A cidade cresceu pelo caminho de ruas para carroça. Tudo bem que a vida contemporânea tenha outras exigências, mas tornar Jundiaí, uma cidade a se confundir com o perfil das modernas cidades do país é um crime, e olha que é difícil mostrar aos mais novos a cidade que milhares de pessoas nela viveu ao longo de quase quatrocentos anos.

Enfim, a foto mostra o vale da Vila Arens até os dias de hoje. Do lado esquerdo da foto, o visto do alto da Vila Arens foi perdido por quatro enormes espigões. No mesmo conjunto deles, outros subirão, e o visual acima ficará ainda mais entrincheirado (da metade para a esquerda). Quem autorizou isto (a Prefeitura) deve não gostar do por do sol. É hora de reformular nosso Plano Diretor.

Antigamente os reis, os grandes imperadores, viviam cercados de sábios, músicos, pintores e poetas. Hoje, o que temos em torno daqueles que detém o poder? Se alguém quiser a resposta, é só perguntar a qualquer um na rua. Aliás, cadê os artistas da cidade? Ah, certamente reunidos numa rodinha aqui, outra ali, nalguma associação... Coisinha provinciana, meio troncha, de passo manco, andando meio de lado, quase beócia, meio abestada...

Jairo Ramos Toffanetto

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