terça-feira, 9 de julho de 2013

"Coisa de palmeirense" ou "Nos olhos da mulher amada"


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Depois eu conto de onde captei esta imagem pela lente de minha máquina fotográfica digital. Sabe... às vezes me sinto como descobrindo coisas no ignoto fundo mar, mas ainda muito rente a mim, pois se trata do meu planeta mas, às vezes, sinto-me descobrindo coisas que me remete ao limiar extremo do universo da Criação, como o desta foto, mas ainda muito rente a mim, apenas distando palmo e meio do meu nariz.

Tudo o que vi e senti foi o captar da possibilidade, o resto ficaria por conta da imagem chapada da  máquina e, que delícia, mais surpresa à frente, e já pro instante seguinte no verificar a imagem no visor. O fundo negro tinha entre um a dois centímetros de largura, uma borracha. Um foco mais pra cima e eu teria perdido a imagem. O eu da gente sente e fala. Agora era só alinhar a imagem a nível horizontal e... mais uma foto... e pronto.

Isto ocorreu a dois meses atrás sentado numa maca de ambulância ao voltar de São Paulo pela Rodovia dos Bandeirantes. Mostrei a foto para a Regina e nos entreolhamos. Nós sabíamos o que víamos. Sorrimos. Mas isto é coisa tão nossa... nossa enquanto seres humanos, enquanto organismos vivos, experimentos vivos, enquanto... digamos, enquanto representantes da nossa espécie e o que nela podemos nos identificar lá do fundo da alma, ao mesmo tempo tão rente... e tão pequena nesga do que somos. Uma metáfora, talvez. Ou melhor: um poema. Um poema da Poesia, a Poesia que é maior do que nós. Mas se nos coube esta nesga do infinito de possibilidades, ele, o infinito, está em nós, e no tanto que possa caber no espaço criado em processo de integração.

Enfim, mais uma vez identifico que nossa natureza, nossa energia, nossa essência é da matéria de sonho. Hoje, muita gente que eu conheço sabe disto, e muito mais do que eu. Pois é com esta matéria de princípios eternos que, já agora, está sendo construído um Mundo Bem Melhor.

Somos puro espírito dentro de palmeiras, ora num pé de alface, ora numa orquídea selvagem, ora no vitrô trazeiro de uma ambulância, ora nos olhos da mulher amada, eternamente.

Jairo Ramos Toffanetto

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