segunda-feira, 30 de setembro de 2013

João Pacífico e Adauto Santos (Cabocla Tereza) + crônica

Um clássico da moda de viola

Uma trilha no meio do mato. Cheiro de capim gordura. De mansinho mansinho vai caindo a tarde. Doce melancolia. Passarinhos cruzam os céus em bandos. Aninham-se nas copas da árvores. Uma crianca brinca com flauta de bambú assoprando-a. Crepuscular lusco-fusco. Solitária casinha pequenina, crescendo ao fundo da estrada. Fumaça branca na chaminé.. Cheiro de torresmo se adensando por todo o vale tem gosto de viola chegando ao fundo do peito. E chega pertinho da gente.

- Oh de casa...

Apresentações, troca de honrarias. Convite para a beira do fogão à lenha.  Meu pai cantou modinhas antigas. Crepitar do fogo. Causos mateiros. Era noitinha quando jantamos na casinha pequenina. Céu risonho de estrelas. O dono da casa nos levou de carroça à fazenda do meu avô, pai de minha mãe, a dona Floripes. Histórias de assombração no piar da coruja. Estávamos em Guaxupé-MG. Eu tinha seis anos de idade. Vivi uma eternidade. Quando na adolescência encontrei-me com Guimarães Rosa, eu já conhecia algum pano de fundo de seus livros, os rincões para o lado de Guaxupé-MG. (JRToffanetto)


2 comentários:

Fernando Colin disse...

Casa com muitas janelas, normalmente azuis. Varanda ampla. Meia porta da cozinha para o quintal. Galinhas siscando. Fogão de lenha estalando. Pinguinha boa... Eta vida marvada... Chão de tijolo batido. Forro? Nem pensar. Sabiá laranjeira anuncia o alvorecer. Sítio... Quanta recordação.

Jairo Ramos Toffanetto disse...

Fernando, temos o privilégio de te-la conhecido. Carregamo-la dentro do peito.Seus cheiros, seus sons, suas cores. Sentimentos estes em que até as paredes falam.