domingo, 16 de março de 2014

Edgar Varèse - Amériques




Nesta obra, Varèse mostra-se particularmente atento em dar corpo à matéria sonora proteiforme, palavra criada a partir da entidade mitológica grega Proteu, divindade com o poder de se metamorfosear: ele transforma as massas sonoras em cores de timbres, jogos de interações recíprocas, liberadas do jugo de um sistema. Necessitou integrar, para essa empreitada, novos conceitos de sonoridade, que transformam os parâmetros clássicos da música em categorias mais amplas, portanto em campos, noção móvel, mas mais em consonância com as pesquisas desenvolvidas pelas ciências físicas de hoje.


Varèse: "Música, que deve viver e vibrar necessita de novos meios de expressão e somente a ciência consegue impregná-la com ímpeto juvenil… eu sonho com instrumentos que obedeçam ao pensamento e que, apoiados por uma torrente de timbres ainda não sonhados, servirão para qualquer combinação que eu lhe escolha impor e se submeterão às exigências de meu ritmo interior."

Edgar Varèse (Paris, 1883 - Nova Iorque, 1965). Notável compositor francês naturalizado estadunidense.



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