segunda-feira, 21 de abril de 2014

São Paulo vista por Ribeirinho do Guapeva




Crônica de um jandiá da família Siluridae

Sempre vejo bichos de duas pernas levando mochilinha nas costas. Creio  que cheias de minhoca para servirem de iscas em pescaria. Pescam pão com mortadela, feijão, latinhas de refrigerante....

Nas calçadas que margeiam todas estas beiras de rio sempre tem alguém com um bicho de duas pernas levando na coleira um bicho cagão que não pode ver uma floreira se não mijar em cima. 

Muitos peixes andam com os orifícios auditivos tapados. Acho que é para arrolhar a saída de ar de suas cabeças de vento. 

As gentes deixam suas escamas nas tocas subaquáticas e saem para o trabalho usando “Lancaster” para tapear o nauseante cheirinho de rio morto

Muitas peixonas andam de salto alto para manterem seus calcanhares afastados do limo dos leitos dos rio/ruas.

Vejo alguém descendo pelo meio do rio com um pacote de seis rolos de papel higiênico, e eu que não imaginava peixe se limpando com isto.

Por suas ruas/rios e afluentes sobem e descem cardumes de carros até por cursos subterrâneos, e singram em elevados por cima das cabeças. Um deles que poderia ser chamado de Rio das Piabas é conhecido como “Minhocão”. Outro é a “Encruzilhada das Entradas” que tem por apelido “Cebolão”.

Hoje, o importante Rio Tietê de onde partima "cruzadas" e "bandeiras", seria apropriadamente chamado de “Rio do Corre Tronço”. Tronço é corruptela de “troço” em significação de cocô. 

O Rio que ladeia um lado “dito-chic” da cidade deveria ser chamado de Rio Pet/Pinheiros, glorificando as garrafas plásticas formato tubão pela cidade refresca inadvertidos jacarés, uns casca-dura.  

Uma cidade surrealíssima. Cardumes automotivos param no encontro com luz vermelha, e peixes de duas pernas sem barbatanas passam de olhos mortos.  Suas ruas são piscosas dos populares lambaris dirigindo peruas “Vans de Jaús. Peixes-boi emendados são chamados de trólebus.

Bebem mais pingado que café, e jamais água do rio. Estranhos peixes apaletoadas. Infernais amarelinhos dando canetadas em lambaris parados à margem do fluxo das águas.


Na margem um peixe de lustrosa prata pára. Páre um peixe apaletoado que sai falando com uma caixinha colada ao ouvido. Um peixe pequeno chamado de “amarelinho” desde de um marimbondo (motoca) e dá canetada (multa) nos lambaris encalhados à beira do rio.

Sempre vejo bichos de duas pernas levando mochilinha nas costas. Creio  que cheias de minhoca para servirem de iscas em pescaria. Pescam pão com mortadela, feijão, latinhas de refrigerante....

Nas calçadas que margeiam todas estas beiras de rio sempre tem alguém com um bicho de duas pernas levando na coleira um bicho cagão que não pode ver uma floreira se não mijar em cima. 

Muitos peixes andam com os orifícios auditivos tapados. Acho que é para arrolhar a saída de ar de suas cabeças de vento. 

As gentes deixam suas escamas nas tocas subaquáticas e saem para o trabalho usando “Lancaster” para tapear o nauseante cheirinho de rio morto

Muitas peixonas andam de salto alto para manterem seus calcanhares afastados do limo dos leitos dos rio/.

Vejo alguém descendo pelo meio do rio com um pacote de seis rolos de papel higiênico, e eu que não imaginava peixe se limpando com isto.

JRToffanetto

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