domingo, 17 de agosto de 2014

De Pompéia ao contemporâneo


Nos escombros da Pompéia, antiga cidade romana petrificada pelo vulcão Vesúvio, foram encontradas pichações em muros, pedras e madeiras, e feitas em carvão, as quais poderiam ser oportunamente apagadas. Vinham assinadas suas ideias manifestas ou atividades predominantes locais, e revelaram sua importância histórica para os dias de hoje, e até para estudos de filologia quanto ao latim vulgar então praticado (veja o link http://www.filologia.org.br/revista/artigo/10(29)06.htm).
O "escadão" na trilha dos contos de fadas (FotoJRToffanetto, post de 28.11.2011)
Muitos art-grafiteiros alcançaram expressão artística e obtiveram espaço até em renomados museus do mundo. Há uma notícia recente de que um grupo destes foi convidado para exporem sua arte pelos espaços públicos de importantes cidades da Alemanha. Por todo o mundo ocorre uma explosão de criatividade arte grafite. Todavia, vejo algo subterrâneo nisto tudo, e a imagem acima talvez ajude explicar o que vem ocorrendo com os pichadores e os arteiros pichadores. Veja:


Talvez porque não consigam vencer o muro misturam-se a ele. Nele, a realidade do tijolo a tijolo, um a um sobre barro não lhes é aceitável mas, fundidos nesta ordem de realidade, expressam sua condição impotente, tão irreconhecível quanto ininteligível. Daí o fato de sua caligrafia desastrosa, de nenhum significado a não ser o sentimento odioso de emporcalhar o que não conseguem alcançar.


No grafite pichador acima, sem brincadeira, parece-me, senão o caprichado auto retrato do grafiteiro pichador, a imagem do espírito que abduziu todos eles. É válido agredir com o grotesco? Perto disto, o grafite feito no muro do escadão é arte erudita. Enfim, o non-sense dadaísta ficaria chocado.

JRToffanetto

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