quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Horas mortas, de Alberto de Oliveira

FotoJRToffanetto
28.08.2014 - 06:24 h





















Da matéria do imaterial
vencendo a força do tempo e o peso da gravidade
= Horas Mortas, as vivas. (JRT)

 
Horas Mortas
(Alberto de Oliveira)
 
Breve momento, após comprido dia
De incômodos, de penas, de cansaço,
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
Posso a ti me entregar, doce Poesia.

Desta janela aberta, à luz tardia
Do luar em cheio a clarear o espaço,
Vejo-te vir, ouço-te o leve passo
Na transparência azul da noite fria.

Chegas. O ósculo teu me vivifica.
Mas é tão tarde! Rápido flutuas,
Tornando logo à etérea imensidade;

E na mesa em que escrevo, apenas fica
Sobre o papel – rastro das asas tuas,
Um verso, um pensamento, uma saudade.
 
 
Antônio Mariano de Oliveira
Poeta
Antônio Mariano de Oliveira, mais conhecido pelo pseudônimo Alberto de Oliveira, foi um poeta, professor e farmacêutico brasileiro. Figura como líder do Parnasianismo brasileiro, na famosa tríade Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac. Wikipédia
 

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