sábado, 28 de fevereiro de 2015

Giuseppe Ungaretti (Poemas)













O Porto Sepulto
Eis que chega o poeta
e volta depois para a luz com os seus cantos
e os despende
Desta poesia
me resta
aquele nada
de inexaurível segredo


Eterno
Entre uma flor colhida e o dom de outra
o nada inexprimível


Atrito
Com minha fome de lobo
amaino
meu corpo de cordeiro
Sou como
a barca ínfima
e o libidinoso oceano


(Tradução de Haroldo de Campos)

Nenhum comentário: